Nossa Senhora da Luz

Por Ir. Zuleides M. de Andrade, ASCJ
Apresento pinceladas da história e deixo os detalhes para os historiadores. A tradição oral deve ser considerada, pois é a primeira fonte de conhecimento.
Tanto na história da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, quanto na história de Nossa Senhora da Luz, percebo a Mãe que intercede por seus filhos, tendo uma imagem como sinal sagrado. Luz e Paz são outros sinais. Luz foi o sinal presente na origem dessa devoção mariana, em Portugal. Paz foi o sinal que envolveu os contatos no início da cidade de Curitiba.
Pedro Martins, um agricultor português, casado com Inês Anes, teve o infortúnio de cair prisioneiro dos mouros da África, sujeito a um regime de trabalhos pesados e privado do conforto da religião cristã. Vendo-se desamparado, Pedro voltou-se para Deus e Maria Santíssima. 
Uma Senhora cheia de luz apareceu-lhe em sonhos para consolá-lo, dizendo que, após sua última visita, ao acordar, Pedro estaria em Carnide, sua cidade natal. Lá, ele deveria procurar uma imagem que fora escondida perto da fonte do Machado. O local seria indicado por uma Luz. Ali deveria edificar uma capela. Ao despertar da trigésima noite, de modo milagroso, Pedro estava de volta em sua aldeia. Tomado de emoção e acompanhado de seu primo Lopo Simões, Pedro saiu, à noite, para procurar a imagem. Viram a Luz e seguiram-na, até ela parar sobre umas pedras. Removeram as pedras e encontraram uma imagem de Nossa Senhora, tal como a Virgem havia descrito nos sonhos. Há algum tempo aparecia a luz misteriosa, cuja origem ninguém sabia. Foi construída uma ermida e depois uma igreja, no local da aparição.  Essa devoção a Nossa Senhora da Luz chegou ao Brasil com os colonizadores.

Primórdios de Curitiba
Curitiba teve início próximo ao rio Atuba. Lourenço Rodrigues de Andrade, um português que acabava de chegar, acompanhado de sua esposa, uma filha e o esposo dela, Francisco Seixas, junto com a família de Francisco Soares, habitaram essa nova terra. Foram essas as três primeiras famílias a povoar a Curitiba: os Soares, os Andrades e os Seixas. Esse grupo levava consigo uma pequena imagem da Virgem Maria, de estilo barroco, sob a especial invocação de Senhora da Luz. 
Nesse ponto próximo ao rio Atuba, o número de casas foi aumentando e formando um vilarejo. No centro da vila foi construída, uma capela para a imagem de Nossa Senhora da Luz.

Padroeira de Curitiba
Os habitantes da vila notaram que, pelas manhãs, a imagem tinha os olhos voltados para o Oeste, uma região com muitos pinheiros. Não encontrando resposta a respeito de quem mudava a posição da imagem, perceberam tratar-se de um milagre. Nossa Senhora indicava onde deveriam construir a nova vila. Exigia deles um ato de confiança, pois lá estava a aldeia dos índios. Fizeram contato com os índios com calma, pois a missão era de paz. Receberam cordial acolhida dos índios. Arcos e flechas foram lançados ao chão em sinal de paz. Com naturalidade, os índios aceitaram a entrega da região. O cacique tomou sua vara, símbolo do mando, enterrando-a no local que viria a ser a praça central da futura cidade. Os colonos ali a deixaram, em sinal de respeito e amizade. A conquista foi comemorada. O novo local trazia vantagens. Os índios permaneceram nas imediações e, aos poucos, foram aderindo à fé católica e tomando parte na vida dos colonizadores. Foi construída a nova capela para a imagem de Nossa Senhora. Ao chegar a primavera, a vara desabrochou, dando galhos e flores. Nesse local – hoje Praça Tiradentes – foi erguida a igreja em honra a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
A cidade cresceu. Foi construída uma Catedral neogótica. A imagem original da Padroeira, feita de terracota, encontra-se no Museu paranaense.
Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, conserva-nos na luz e na paz!

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