Vocação
“Renuncie
a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”.(Lc 9,23)
Cleverson Martins Teixeira
O seguimento a Jesus Cristo
é prazeroso, salutar e envolvente, porém nesta frase bíblica vamos encontrar a
centralidade do chamado vocacional. Vamos analisar as três imagens contidas nesta
expressão para assim entendermos melhor a vocação cristã.
Primeiramente
Jesus nos pede algo, a princípio tão simples, mas na prática tão difícil de se
realizar: renunciar a nós mesmo, significa primordialmente que se
pretendemos seguir Jesus Cristo e ser anunciadores do seu Evangelho devemos
deixar de lado nosso “eu”, pois somente assim anunciaremos com fidelidade a
mensagem a nós confiada. Porém, quem de nós quer “sacrificar” suas vontades?
Renunciar seus anseios e desejos pessoais? Colocar suas habilidades a serviço
do próximo e não ter reconhecimento midiático, tornando-se um popstar?
Todas as práticas cristãs
não devem ser feitas para ser reconhecida pelo homem, mas sim que esta caridade
seja agradável a Deus. Quando um sacerdote, uma religiosa ou um casal entende
esta renuncia sua vocação começa a ter um sentido significativo, pois todas
estas vocações implicam em doar-se ao próximo, seja por uma espiritualidade ou
carisma específico, seja para o cuidado familiar. Portanto se você quer servir a Jesus Cristo,
tenha como lema a frase de São João Batista: “é necessário que Ele cresça e eu
diminua” (Jo 3,30).
Tome a sua cruz:
Quando vislumbramos servir a Deus, imaginamos um mundo perfeito, a antecipação
do paraíso. Porém faz-se necessário entender esta colocação messiânica, pois
anunciar a Boa Nova e ser missionário do Senhor significa reconhecer nossas
cruzes e não abandoná-las, mas assumi-las todos os dias e levá-las junto a nós.
Podemos nos perguntar: quais são as nossas cruzes? Ouso dividi-las em duas
características sendo uma, as cruzes internas e a outra as cruzes externas. As
cruzes internas são nossas limitações, fraquezas, frustrações, desânimo, falta
de organização, entre outras e nossas cruzes externas, são os conflitos
interpessoais e comunitários, a falta de apoio das pessoas, as traições, a
falta de comprometimento de muitos, entre outras. Diante destas cruzes é comum
ouvir: “Vou desistir! Isso é muito difícil! Não quero mais!” Se pararmos em
nosso egoísmo, querendo satisfazer nossos interesses realmente não teremos
ânimo para continuar e acredito que este seja um dos motivos que levam muitos
sacerdotes a abandonarem seu ministério, muitos (as) religiosos (as) a
desistirem de seus votos, muitos casais a largar o matrimônio. Ora, Jesus nunca
disse que levaríamos nossa cruz sozinhos, pelo contrário, Ele mesmo disse:
“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos
darei descanso” (Mt 11,28). Devemos confiar infinitamente no Amor de Deus e Ele
tudo nos dará.
Siga-me:
Depois de renunciar a si mesmo, deixando para trás os prazeres do mundo,
assumindo nossa cruz diária, fica muito mais fácil colocar-se a caminho e
seguir o Mestre, pois na perspectiva do seguimento temos que anunciar Jesus Cristo, princípio e fim de nossa vida
cristã. Em todas as passagens que aparecem o convite “segue-me” junto vem a
implicação em deixar a comodidade, abandonar o seu “posto”, abster-se da
própria vida em função de uma expectativa maior, para fazer com que o Reino de
Deus se concretize.
Ao dizer sim ao chamado do
Senhor devemos ser autênticos em nosso seguimento e consciente de que em
qualquer caminho vocacional que desejamos seguir (sacerdotal, religioso,
matrimonial, laical) em primeiro lugar deve estar o anuncio querigmático de
Jesus Cristo, e atrevo-me a concluir este pensamento reproduzindo um trecho da
música do Pe. Zezinho que nos auxilia a entender como ser discípulo
missionário, anunciadores do Evangelho de Jesus Cristo assim devemos:
“Amar como
Jesus amou
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus pensou
Viver como Jesus viveu
Sentir o que Jesus sentia
Sorrir como Jesus sorria
E ao chegar ao fim do dia
Eu sei que dormiria muito mais feliz”
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus pensou
Viver como Jesus viveu
Sentir o que Jesus sentia
Sorrir como Jesus sorria
E ao chegar ao fim do dia
Eu sei que dormiria muito mais feliz”
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